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Ajuda das redes sociais na saúde mental dos jovens

Instagram lança recurso de prevenção do suicídio. Foto: Airine Ferreira
Ajuda das redes sociais na saúde mental dos jovens
Jovens encontram nas mídias sociais auxílio aos problemas que afetam a saúde mental.
Segundo uma pesquisa feita pela Organização Mundial da Saúde (OMS) com discentes de cursos da área da saúde, o sofrimento psíquico aflige 30% dos estudantes no Brasil. A crise de saúde mental afeta brasileiros, casos de doenças como ansiedade e depressão aumentaram “dramaticamente” nos últimos 25 anos.

Apesar de não ser novidade, após o surgimento dos aparelhos celulares, estar antenado às novas tendências nas mídias sociais tornou-se rotina. Os padrões de beleza, cada vez mais globalizados, a falta de informação e a pressão causada pela sociedade faz com que mais pessoas desenvolvam transtornos de ansiedade, depressão, distúrbios alimentares e em casos mais graves, tendências suicidas.
Instagram é a rede social que mais afeta a saúde mental dos jovens, segundo estudo — Foto: Airine Ferreira
A estudante mineira de 23 anos, Gabriella Siqueira sofreu com distúrbios alimentares desde a pré-adolescência. Sentiu os primeiros sintomas da bulimia, aos 13 anos, quando estava sobre a tutela da mãe nos EUA. A jovem comenta como sofria bullying por estar acima do peso e que não recebia auxílio materno no tratamento da doença. “Eu fazia todo tipo de dieta maluca, eu tinha só 13 anos, a minha mãe apoiava, porque achava que eu era muito gorda para minha idade, só que às vezes, eu passava o dia inteiro com uma única refeição e forçava muito para vomitar tudo depois” comentou.

O impacto dos distúrbios alimentares fez com que Gabriella desenvolve-se anemia, chegando a perder 15 kg por causa da doença; O que fez com que a garota sentisse mais aceita e continuasse a provocar vômitos. “Meu pai percebeu a doença, brigou pela minha guarda na justiça e me trouxe para o Brasil. Foi quando eu comecei a fazer o tratamento psicológico”.
O objetivo é converter buscas que gerariam gatilhos para depressão e suicídio em suporte em saúde mental - Foto: Airine Ferreira
Atualmente, a mineira usa as redes sociais para ajudar jovens que sofrem ou já sofreram com a mesma situação. Gabriella possui mais de 12 mil seguidores, e por meio de vídeos motivacionais no YouTube e no seu IGTV. Ela cita os benefícios de saber que a sua experiência pode trazer para outros jovens. “Eu acho que eles me ajudam muito mais, do que eu a eles, e quando comecei o canal eu não imaginava que os meus relatos poderiam salvar outras vidas”.

Vários famosos utilizam da sua visibilidade nas redes sociais para mudar as estatísticas. Recentemente, o Twitter e o Instagram adicionaram uma nova ferramenta de prevenção ao suicídio. Ao procurar a palavra “suicídio” na área de busca a plataforma do Instagram emite uma notificação ao usuário com a seguinte informação: “Podemos ajudar?”

Na plataforma você pode escolher a ajuda do Centro de Valorização da Vida (CVV), que realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo de forma voluntária todas as pessoas que querem conversar por telefone, email e chat, ou se preferir, a plataforma oferece um link rápido para conversar com um amigo. 

Já o Twitter, lançou a recentemente o projeto “Algoritmo da Vida”, que busca identificar pessoas afetadas pela ansiedade ou depressão, a partir de postagens na plataforma. O algoritmo entrou no ar em 2019 e quase 300 mil menções já foram detectadas segundo o App.

No Brasil, um suicídio acontece a cada 45 minutos. O mês de setembro é considerado o mês de atenção à saúde mental, conhecido como setembro amarelo. A atenção está voltada para as redes mais acessadas pelos jovens entre 15 e 29 anos, que são o principal grupo de risco.
Setembro Amarelo terá foco em prevenção do suicídio entre os jovens - Foto: Airine Ferreira
Anna Liz é voluntária de atendimento no CVV e diversas ONG’s de auxílio à saúde mental. A norte-rio-grandense de 19 anos, está no segundo período de história na Pontifícia Universidade Católica (PUC-Minas) e nas horas vagas se dedica a ajudar outros jovens.

Toda família da jovem sofre com tendências suicidas desde quando ela tinha 8 anos, mas a depressão de Anna, só teve início após o suicídio e morte do seu pai. Tanto Anna quanto a sua mãe tentaram também o suicídio “Eu e minha mãe estávamos perdidas em nós mesmas, a gente só conseguiu voltar a ser uma família após tentar me matar” comentou.

“Em 2015 meu namorado e algumas amigas fizeram uma campanha para me ajudar, eles lançaram uma hashtag nas redes sociais para me motivar”.  Anna comenta que a ação só foi possível graças às novas plataformas de mídia, já que, atualmente ela se encontra em Belo Horizonte, enquanto a família e amigos está no Rio Grande do Norte. “Apesar das redes sociais ocasionarem muitos problemas elas pode ser uma ferramenta se utilizada da maneira correta, e podem salvar a vida de muitos jovens”.
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