A proposta de trabalho, que se iniciou com a desmesuração do detalhe de um objeto já existente, durante o processo se voltou à noção de que ao ampliar o todo até que vire nada, até que distorça, até que perca o foco – assim como a câmera embaça quando o zoom é demais – o que resta é resultado puro e visceral da matéria plástica, da massa de cor, tão gestual que se torna quase palatável. A referência por trás dessa pintura já não importa e não interfere no produto final, expandindo as possibilidades do material enquanto sujeito principal, que, nesse processo, tem sua potência visual ativada de tal maneira que parece imergir o observador na pintura. Se sustenta, ainda, a exploração do conceito ilusório do comestível, uma vez que o tratamento de texturas e cores se fazem assemelhar, de maneira pictórica, a itens da confeitaria.
projeto expográfico