LIVRARIA E EXPOSIÇÃO
AUDIOVISUAL ALICE
Localização: Galeria Metara - Rio de Janeiro
2022
Inspirado na livraria Morioka Shoten que tem o conceito
de “uma livraria com um único livro”.
Cada semana é vendido um único livro, e toda a decoração da livraria se transforma e se adequa à uma decoração inspirada no livro da semana.
Para a execução deste projeto, foi escolhido Alice nos País das Maravilhas, um livro que marcou a minha vida por ter tantas referências e críticas aos preceitos modernos, sempre com metáforas muito subliminares.
O local a ser instalado, a Galeria Metara está localizada no centro do Rio de Janeiro, agregou potencial por ter espaços amplos e ao mesmo tempo bem setorizados: dois pavimentos e um mezanino.
A proposta foi dividir cada pavimento por etapa do livro,
e que trabalhassem com os estímulos sensoriais de formas distintas.
Primeiro Pavimento
- A Toca do Coelho
O primeiro pavimento faz referência ao momento da história em que Alice entra na toca do coelho.
Para este andar, o foco está nas percepções sensoriais do tato e da visão como ilusão de ótica.
Logo na entrada da galeria foi proposto um pequeno túnel, com o pé-direito reduzido, com a intenção de gerar a sensação de toca: apertado, reduzido, diminuído. Para o piso do túnel, foi pensado um corredor que brincasse com a ilusão de ótica.
À frente, seguindo o corredor de ilusão de ótica, o espaço se amplia e se relaciona com a variação de tamanhos da Alice. No decorrer da história a personagem muda de tamanho diversas vezes, tanto para escala de insetos, momento do
diálogo com a lagarta; quanto para escala de gigante, momento em que suas lágrimas se transformam em mar.
diálogo com a lagarta; quanto para escala de gigante, momento em que suas lágrimas se transformam em mar.
Todos esses pontos foram inspiração para a pensados focando no sentido do tato e da percepção (propriocepção).
Mezanino
- O Labirinto de Copas
O mezanino faz referência ao momento da história em que o cenário muda, e Alice sai da Floresta e chega ao Labirinto no Castelo da Rainha de Copas.
Para este andar, o foco está nas percepções sensoriais da audição e da visão.
Foi proposto amplos sofás, que juntos formam um labirinto: para chegar até a escada para o segundo pavimento, e necessário encontrar o caminho certo, mas também o possível passar por cima dos sofás.
Nas paredes, serão exibidas cenas do primeiro filme da Alice, de 1903, a partir de projetores instalados no teto, e sons de tic-tac reproduzidos em sincronia e os móbiles de relógio, lembrando a constante representação do "tempo" na história.
Segundo Pavimento
- Acorde, Alice!
O segundo pavimento é destinado à área de vendas do livro e cafeteria. Composto por elementos mais sóbrios, referenciando o final do livro, quando Alice acorda e percebe que tudo não passou de um sonho. Para este andar, o foco está nas percepções sensoriais do paladar e do olfato.
As estantes para exposição do livro foram pensadas como castelos de cartas empilhadas em escala ampliada, assim como as mesas, e cadeiras que lembram ao capítulo Hora do Chá.
O fato da história ter sido escrita na Era Vitoriana também nos serviu de conceito para a escolha do mobiliário: utilização de sofás Chesterfield e mesas de centro que conversem com este estilo. Neste pavimento também terá uma exposição das ilustrações do livro.
Para introduzir ao segundo pavimento as percepções sensoriais mencionadas acima, a ideia seria propor um jogo em que, concordando em participar, a pessoa teria seus olhos vendados e seria submetida à prova de comidas e bebidas. A anulação do sentido da visão aguça os outros, fazendo com que a experiência da degustação seja muito mais intensa ao paladar e olfato.