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MEMÓRIA: um mapa em estilhaços

Enxergo a memória como uma ferida que sempre vai estar aberta, como um espelho quebrado que nunca vai se regenerar, devido aos diversos processos de silenciamento e obliteração, a identidade da população negra foi completamente destituída e a forma mais próxima de ser chegar ao que se é, é acessando um passado que não está mais disponível. E olhar para trás se torna um exercício de recuperar aquilo que foi perdido na tentativa de unir rastros de um passado em busca de preencher o vazio de não se sentir pertencido. Por conta disso, escolhi trabalhar com retalhos que vão sendo suturados com alfinetes trazendo a ideia de juntar aquilo que está desconexo e reparar o irreparável, bordo a frase “memória: um mapa em estilhaço”, que dá nome à obra, em vermelho para representar uma ferida que ainda está aberta e trago os búzios como símbolo de orientação.
MEMÓRIA: UM  MAPA  EM  ESTILHAÇOS
Estandarte (bordado sobre retalhos, alfinetes, galho, búzios)
95x130 cm | 2021
MEMÓRIA: um mapa em estilhaços
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MEMÓRIA: um mapa em estilhaços

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