“Esgotamento Contínuo” estabelece um diálogo entre a origem do gumboot dance e o contexto da mineração e da siderurgia no Brasil e propõe uma reflexão sobre os impactos socioeconômicos e ambientais provocados pela atividade da mineração ao redor do mundo.
O título “Esgotamento Contínuo” faz menção ao lingotamento contínuo, uma das etapas da transformação do minério de ferro em aço e se refere ao estado de exaustão da população brasileira frente à crise política e ambiental que o país atravessa.
Gumboot dance é uma técnica de dança sul africana feita majoritariamente por homens e se originou no contexto de mineração no final do sec XIX, período de grande expansão da atividade mineradora na África Do Sul, principalmente nas minas de Durban e Johannesburg. Os mineradores, oriundos de diferentes regiões e que portanto, não falavam o mesmo idioma, desenvolveram com seus uniformes e ferramentas de trabalho uma linguagem corporal e sonora pela necessidade de comunicação e sobrevivência em um espaço subterrâneo, confinado, escuro, frio, insalubre, em um sistema de trabalho exploratório e opressor. 
Samira Marana é uma artista Brasileira que expande e aproxima a origem da dança gumboot, os territórios geográficos, culturais, corporais e simbólicos. Uma composição multidisciplinar que além da dança, conta com música, poesia, texto e depoimentos de lideranças políticas brasileiras na trilha sonora produzida por Guto Souza. 

“Esgotamento Contínuo” reflete temas globais urgentes como exploração do meio ambiente, preservação dos territórios dos povos originários e a luta pelos direitos trabalhistas.

Concepção, criação e interpretação: Samira Marana

Trilha sonora: Guto Souza e Samira Marana

Produção, sonorização, som direto, edição audiovisual, mixagem e masterização: Guto Souza 

Produção e Imagem: Rubens Oliveira

Produção e Iluminação: Washington Gabriel 

Realização: Gumboot Dance Brasil 

Gravado no Espaço Clariô de teatro, Taboão da Serra - SP