Com um sorriso no rosto e de bem com a vida, assim nos recebeu o “bahiano” como carinhosamente é chamado, pensando que éramos simples clientes e que estávamos interessados em seu artesanato (apesar de que logo iriamos ficar muito interessados) ficou assustado quando nos viu com uma câmera em mão e ainda mais assustado quando, sem pensar, começamos a clicar.
“Hey hey hey que que tá tirando foto de mim” ... logo de explicarmos a situação, ficou absolutamente feliz e empolgado e começou a falar.
Para nossa sorte nos deparamos com uma grande história. E logo de começo foi ressaltando: “Vou contar um grande problema que eu passei, que adoro contar sempre que sirva para ajudar alguém” .
Leobas que é seu nome verdadeiro, mora no mundo como ele mesmo fala, pois passa 6 meses em BC e região e 6 meses por ai. Têm 28 anos que mora na região e por muitos anos foi dependente de cocaína e álcool. A 16 anos que esta limpo, desde então frequenta os centros de recuperação para alcoólatras. “Dia 16 agora lá na rua Itália têm uma confraternização, se vocês quiserem ir tão convidados”.
Apesar da recuperação afirma: “É uma doença incurável, é um processo que não é fácil e esta cheio de armadilhas”.
Leobas esta feliz diz que seu trabalho é reconhecido e que se sente mais em casa aqui no Sul do que na própria Bahia, adora os turistas e sobre tudo ama o que faz.
Quando o inverno chega apela para os favores dos amigos: “Doutor tô sem um puto real, me atende ai te pago na temporada”. O aventureiro que vive o dia a dia afirma que a vida é para ser vivida, aconselha aos jovens e compara o álcool ao crack pelo seu efeito .
E apesar de dizer que está “limpo”, fuma maconha e defende seu uso medicinal , acredita que a planta não é legalizada por se tratar de uma conspiração do governo , e que prefere fumar ‘umzinho’ do que ter que tomar um pileque para parar de tremer .
“Agora tô de cara e honesto” como todo bom baiano é marcado pela fé ...recitando a oração que recita todos os dias:
 
 
“Concedei-nos senhor a serenidade necessária para aceitar as coisas que não posso modificar e a coragem para modificar as que posso e sabedoria para distingui-las, só por hoje.”
 
 
 
 
 
 
 
 
Fotografias: Ednilson Júnior e Luiz Roberto
Texto: Jalil Damus
SERENUS.
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