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OLHARES SOBRE AS COMUNIDADES QUILOMBOLAS

Esta exposição foi construída com recursos da Lei Federal emergencial intitulada Lei Aldir Blanc de incentivo a cultura com repasse dos recursos feitos pela Secretaria de Estado de Cultura e Turismo do Estado de Minas Gerais. A exposição é composta por fotografias de comunidades quilombolas da Zona da Mata mineira, entre elas, comunidades certificadas e não certificadas pela Fundação Cultural Palmares. As imagens foram captadas em territórios quilombolas e espaços de mobilização popular entre os anos de 2018 e 2020, viabilizado pela rede de Saberes dos Povos Quilombolas SAPOQUI e pela Caravana Quilombola (CNPq/MCTIC Nº 016/2016). Propondo captar, através do olhar fotográfico, como se dá a resistência dessas comunidades na atualidade, a exemplo da preservação de suas tradições, suas práticas simbólicas, seus ritos, seu cotidiano, suas manifestações culturais e religiosas, totalizando a descrição de como tais indivíduos partilham a vida nessas comunidades. Cada uma das etapas foi realizada em diálogo com as/os protagonistas, nesse caso, as moradoras e moradores das comunidades quilombolas fotografadas. Tendo em vista que a exposição em plataforma digital pretendida visa ao fortalecimento da identidade quilombola, o enaltecimento da cultura dessas comunidades, bem como a difusão de seus saberes e práticas cotidianas documentadas nos registros fotográficos, para além do território em que estão inseridas.

Como compreende-se que é parte importante do processo de lançamento da exposição via plataforma digital, foi necessário manter contato direto com as comunidades onde as fotografias foram feitas. Este projeto de caráter documental visa ser utilizado como ferramenta de importância estratégica para a luta das comunidades quilombolas, como forma de fortalecer e enaltecer a cultura e história das comunidades, suas identidades e tradições. Configura-se como medida social afirmativa no intuito de proteger e registrar os territórios quilombolas e seu patrimônio material e imaterial, como intermédio de preservação da memória dos povos tradicionais e originários que compõem a história de luta e resistência no Brasil. A intenção é atingir comunidades tradicionais, setores públicos ligados às políticas afirmativas de fortalecimento de povos quilombolas,  além da sociedade em geral.

A construção desse registro fotográfico contou com a participação ativa de todos protagonistas, seja pela construção das legendas ou pela construção temática da exposição. Foram feitas entrevistas presencialmente e por meio de veículo digital, sempre buscando o texto integral das entrevistas. Essa iniciativa tem como objetivo dar voz às comunidades ao invés de utilizar as populações tradicionais apenas como objetos de estudo, mas sim, registrando de modo livre as percepções dos quilombolas e  tirando o caráter cientificista e mecânico dos saberes tradicionais como em muitos séculos vem sendo feito. Os protagonistas foram tratados como sujeitos e não como objetos de modo a proporcionar uma real memória afetiva e um real discurso de tais povos tradicionais.

Relatos feitos presencialmente e semi-presencialmente com as seguintes lideranças quilombolas:
• Tião Farinhada, Assentamento Padre Jésus, Espera Feliz, Minas Gerais
• Mãe Du, Maria do Carmo Viana, comunidade de Cachoeirinha, Viçosa, Minas Gerais
• Julius Keniata, da comunidade do Buiéié, município de Viçosa
• Maria José de Souza, Maju, militante das causas populares, Paula Cândido, Airões
• Lucimar Gonçalves Martins, agricultora familiar quilombola, moradora do quilombo Belisário, Simonésia Minas Gerais.

Equipe técnica:
• Carlos Akhdar – Fotografia, idealização e produção
• Yuri Nunes – Direção de Arte
• Edney Mangongo – Roteiro e facilitação
• Henrique Dode – Coleta de dados e transcrição
• Mauro Isaac – Entrevista e facilitação

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Exposição fotográfica composta por imagens captadas em comunidades quilombolas da Zona da Mata mineira, entre elas, comunidades certificadas e nã Read More

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